sábado, 2 de abril de 2011


Alguém que aprendeu a abrir a porta para o sol entrar

Alguém que tem mais perguntas que respostas

Que se surpreende com a vida

Que gosta de dias de chuva

Brigadeiro de panela

E não divide o prestígio com ninguém


Alguém que gosta da noite

E acha que de noite a gente se escuta muito mais

Que gosta quando o sol invade a varanda

Que sabe o quanto foi difícil resgatar a alma do limbo

E por isso não esquece de lembrar

Que todo dia é tudo diferente


Alguém que ainda se espanta

Com a falta de amor

E ainda não conseguiu desvendar

Porque é tão difícil se deixar gostar


Alguém que enquanto toma o café

Tem mais perguntas que respostas

Que pensa que tem tanta gente no mundo

Vivendo vidas seguras

E que acha que só a sua vida é tão confusa


Alguém que enche a alma de susto, vaga-lumes e estrelas

E fica feliz por nada ou quase tudo

Que se perde em música, cinema e poesia

Que chorou lendo o caçador de pipas


Alguém que se sente meio antiquado

Pensando tanto em família

Vivendo cercado de poucos bons amigos

Que acredita em bondade,

Amor e honestidade


Alguém que quando a noite encosta a porta

E o sol desperta a cidade

Planta mais perguntas que respostas

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