sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Anjo matemático Um dia eu quis ser anjo e voar até o infinito. Um desejo tão forte, que insisti por muito tempo, mas acabei por desistir de brigar com o Criador por não me conceder a graça e resolvi agir por conta própria... Matei umas dez galinhas bem gordas, e separei as penas. Colei as plumas em duas armações de arame de aço em formato de triangulo retângulo, e prendi os catetos menores nas laterais das costelas. Deixei os maiores perpendiculares à bunda, e as hipotenusas me sobraram como pontas das asas. Depois de tudo montado, fiquei uma asa delta humana e tanto... Cozinhei as depenadas com batata doce, comi fartamente e fiquei bem carregado. Subi na árvore mais alta do quintal, olhei a paisagem em volta, e tirei toda a roupa para não atrapalhar o processo. Estiquei os braços para frente como se fosse o super-homem, mirei o infinito, soltei um pum poderoso, daqueles de rasgar cueca, e parti como se fosse um verdadeiro jato... Senti o vento, e bem que tentei fechar os olhos. Mas, já era... Caí feito um prego, e dei de cara com uma raiz quadrada! Complicada essa coisa de vôo... Até hoje não sei se a culpa foi minha por ter errado os cálculos, ou do puto do Pitágoras. Que com seu teorema, me inspirou a ser o primeiro anjo matemático! . ( Gabriel Peers )